quinta-feira, 12 de março de 2009

Lenda da Moira Encantada

Era uma vez a linda moira da serra da Nó. Esta moira era encantadora, enlouquecendo qualquer moço.
Abakir, ambicioso e apaixonado, era o dono de um castelo. Um dia, viu uma pastora formosíssima que logo ficou preso de amores, era a linda moira encantada, filha de Agar. Aproximando-se dela, fez-lhe mil promessas e depois mil ameaças. A jovem recusou-as, então fechou-a na torre e só a soltaria quando ela pedisse perdão e cedesse a ser sua esposa.
O tempo foi passando e a moira, cujo nome era Zuleima, não se arrependera.
O rei cansado de esperar resolve chamar a Zuleima à sua presença e disse-lhe:
- Faço tudo o que tu quiseres.
E ela, respondeu-lhe:
- Ficarei contigo na condição de ser a tua única rainha e de me seres sempre fiel.
O rei, Abakir podia ter muitas mulheres, assim o permitia a sua religião, mas aceitou logo as condições da sua amada, abdicando de todas as outras.
Alguns anos se passaram e este casal era muito feliz.
Entretanto, um numeroso exército de cristãos, ia expulsando os moiros para a Moirama, como a fuga tinha de ser rápida, esconderam as suas riquezas. Algumas mulheres não conseguiram acompanhar os homens, ficando encantadas, a fim de não serem pressas pelos cristãos. Os cristãos tiveram sempre, ao que parece um grande entusiasmo por estas mulheres, apesar da diferença da fé.
O rei e a sua única rainha não saíram do castelo, foi-lhe buscar um velho livro sagrado da sua religião e pôs-se a folheá-lo, lendo, em voz baixa, enquanto estendia a mão sobre a moira.
Na manhã seguinte, quando os cristãos lá chegaram já não havia castelo, nem rei e nem a sua única rainha.
Mas diz-se que, em noites de lua cheia, vagueia pela serra da Nó a linda moira encantada, e que o castelo ficou soterrado nesta serra.

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