quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Lenda das Unhas do Diabo

Era uma vez um escrivão, natural da vila mais antiga de Portugal, odiado por todos. Um dia, os sinos da vila começaram a tocar a finados pela morte deste escrivão. Esta morte não era lamentada, porque este escrivão era infiel tendo danificado muitas famílias. Ele falsificava documentos importantes e aceitava subornos que guardava numa arca no sótão de sua casa. A sua alma não tinha salvação possível e o povo nem sequer o enterro cristão lhe deram. Apenas os frades franciscanos do Convento de Santo António ofereceram-se para lhe dar um enterro. Mal soaram as baladas da meia-noite, três sonoras argoladas na porta da igreja acordaram toda a vila. Os frades assustados, quando abriram a porta, encontraram um cavaleiro muito alto e magro de olhar penetrante. Ele dirigiu-se à capela onde estava sepultado o escrivão, extraiu o corpo amortalhado e com um murro obrigou-o a vomitar a hóstia que tinha na boca. Este homem era, de facto, o Diabo em pessoa, que veio buscar o escrivão para o Reino das Trevas. Ele saiu por uma das janelas da igreja fazendo um grande estrondo e deixando um cheiro a queimado. Os frades levaram a laje para o adro onde se pode distinguir, bem nítidas, as unhas do Diabo.

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