quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

A Fauna em Ponte de Lima

A terra
A diversidade de espécies vegetais e a complexidade dos diferentes habitats potenciam a ocorrência de comunidades faunísticas bastante ricas. Em especial, nos carvalhais. No entanto, apesar do carácter mono específico dos povoamentos de pinho destinados à produção florestal, a fauna que neles existe pode ser surpreendentemente diversificada.
Os mosaicos agro-florestais constituem agro ecossistemas de elevado valor ecológico e paisagístico, em que a fauna engloba espécies com requisitos ecológicos bastante diversificados.
Por outro lado, em comparação com os povoamentos de pinhal, os eucaliptais apresentam uma fauna muito mais pobre.

A seguir referirei algumas das espécies mais características do concelho, relativas aos habitats acima indicados.
  • Aves: gralha-preta, pica-pau-malhado-grande, papa-figos, gaio, poupa, rouxinol, tentilhão, rola-comum, cotovia-de-pupa, perdiz, melro, pintassilgo, tordo-ruivo, gaivão, coruja-do-mato, águia-cobreira e diversos chapins.
  • Mamíferos: lobo (que representa o maior carnívoro de Portugal e que se encontra em perigo de extinção), corço, javali, esquilo (que por muitos anos esteve extinto de Portugal), fuinha, texugo, rato-do-campo, coelho-bravo, ouriço-cacheiro, toupeira e a doninha.
  • Répteis: sardão, lagartixas, cobras e tritões.
  • Anfíbios: rã-ibérica, rã-verde, salamandra-lusitânica, sapo-corredor e o sapo-comum.
  • Invertebrados: grilo, escaravelho (predador de caracóis e lesmas), borboletas, percevejos, louva-a-Deus, gafanhotos, moscas, aranhas, abelhas, o vespão e a cabra-loura (que se encontra protegida por lei).


A água
A presença de água é um factor potenciador da ocorrência de uma fauna diversificada, independentemente da altitude ou do tipo de coberto vegetal das margens.

Nos meios aquáticos, a fauna “oculta” consiste em invertebrados aquáticos de muitos tipos que desempenham funções fundamentais do ponto de vista ecológico. Ocorre uma miríade de anelídeos, crustáceos, larvas de insectos e protozoários. O contributo dos “macro invertebrados” é essencial para garantir o bom funcionamento do ecossistema aquático, uma vez que actuam na decomposição da matéria orgânica, limpam a água de matérias em suspensão e são alimento para muitas outras espécies de animais aquáticos.

A distribuição natural das espécies piscícolas no rio Lima está alterada em resultado das modificações a que o rio foi sujeito. Uma das modificações é, por exemplo, os açudes. Estes obstáculos interferem com as deslocações das espécies migradoras que procuram a bacia do rio Lima para se reproduzirem, como a lampreia-marinha, o sável, a savelha, o salmão-do-Atlântico, a truta e a enguia-europeia.

A seguir referirei algumas das espécies mais características do concelho que habitam as margens e cursos de água.
  • Outros peixes: truta-de-rio, escalo e o ruivaco.
  • Aves: melro-d’água, rouxinol, chapins, guarda-rios, gaivota-prateada e a garça-cinzenta.
  • Mamíferos: toupeira-de-água (bioindicador da qualidade do habitat), lontra e o rato-de-água.
  • Répteis: cobras-de-água e o lagarto-de-água.
  • Anfíbios: salamandra-lusitânica, rã-verde e a rã-ibérica.
  • Invertebrados presentes à superfície: alfaiate e os escaravelhos aquáticos.



A terra e a água
Os ecossistemas palustres, pela sua riqueza de transição entre a terra e a água, apresentam uma fauna bastante diversificada.

As Lagoas de Bertiandos e S. Pedro de Arcos, entre os ecossistemas palustres do concelho, constituem um habitat raro que proporciona a ocorrência de uma elevada diversidade de espécies, em especial, de répteis e anfíbios. Assim, estão presentes o cágado-de-carapaça-estriada, o tritão-palmeado, a rela-comum, o sapo-de-unha-negra, lagartixa-ibérica entre outras espécies. Os raros peixes que se encontram nas Lagoas resultam da colonização feita a partir do rio de Estorãos nos períodos de grandes cheias em que o rio transborda do seu leito.

A seguir, referirei algumas das espécies mais características do concelho, relativas aos ecossistemas palustres.
  • Aves: galinha-de-água, mergulhão-pequeno, garça-vermelha e o pato-real.
  • Mamíferos: raposa
  • Invertebrados: bicha-cadela, escaravelhos, borboletas e as libélulas.
  • Entre os crustáceos destaca-se Lepidurus apus, que ocorre em charcos temporários e, em Portugal, é unicamente conhecido no concelho de Ponte de Lima.


O Homem
A relação entre o homem e certos animais – os animais domésticos, no concelho de Ponte de Lima, é muito próxima, sendo que estes, por estarem ligados à vida dos povos, fazem parte da sua cultura. Desempenham um papel de relevo, possibilitando o trabalho em pequenas leiras, a obtenção de estrume para a fertilização orgânica de terras, para além de contribuir para os rendimentos e serem fonte de companhia (e nalguns casos, protecção) dos criadores.
Entre os animais domésticos mais comuns temos: o cão, o gato, galinhas, perus, patos, coelhos, bovinos, suínos e caprinos.

Como observação final é de referir que Ponte de Lima é considerado ‘’O Solar da Raça Minhota”, encontrando-se aqui sedeada a Associação Portuguesa de Criadores de Bovinos de Raça Minhota (APACRA).

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