segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Sinopse Histórica

Ponte de Lima, uma das vilas mais antigas de Portugal

Os muitos achados arqueológicos (utensílios do paleolítico, mesolítico e neolítico) encontrados na região de Ponte de Lima documentam a presença e a actividade do homem pré-histórico e provam que este concelho é habitado desde os primeiros tempos da pré-história.
Durante a Idade dos Metais a presença humana na região continua a ser documentada.

A área de Ponte de Lima, bem como todo o noroeste da península Ibérica, tornou-se mais densamente povoada na Idade do Ferro. Sendo desta época os castros - povoações localizadas no cimo dos montes, cercadas por fossos e muralhas, não muito longe de uma nascente ou de um curso de água.
Fundada, como dizem alguns, pelos gregos, 1304 anos antes da era cristã, ou pelos Turdulos, lusitanos primitivos 840 anos depois. É certo que por ocasião da conquista romana, os invasores já aqui se depararam com um núcleo de uma povoação, que depois aumentaram e desenvolveram de tal modo que, sob o reinado de Trajano já ela constituía um aglomerado de vulto com a denominação de Fórum Limicorum.
Contudo a região do Lima só entra realmente na História após o assassinato de Viriato, quando, na expedição de 137 a.C., Décio Juno Bruto cometeu a ousadia de atravessar as águas do rio (lenda do rio Lima).
A região do Lima teve muita influência de Roma, nomeadamente no aparecimento de cidades com diversos estatutos jurídicos, no cultivo das terras, na abertura de minas, na fundação de instituições e na edificação de monumentos.

O ano de 1125 é fundamental na história desta vila, visto que foi neste mesmo ano que a Rainha D. Teresa, viúva do Conde D. Henrique, a 4 de Março concedeu o primeiro foral a Ponte de Lima. Tal feito deveu-se ao facto de a ponte, que dá o nome à região e que fora via militar romana de Braga a Astorga, ser então a única passagem do Lima para a Galiza, e caminho de Santiago. A rainha D. Teresa tendo conhecimento da importância estratégica deste lugar de Ponte, concede-lhe foral, elevando-a à categoria de vila.
O documento é firmado por D. Teresa, na qualidade de rainha, que associa ao seu o nome do filho, Afonso Henriques. “ Foi a Rainha-Mãe a primeira a reconhecer-lhe importância” citou Adelino Tito de Morais.
O foral possuía aliciantes privilégios nos quais se incluía a realização de uma feira. Mercado este que no início certamente seria desordenado, mas que ao longo dos tempos se foi corrigindo alinhando ordenadamente no conjunto de outras feiras.
É a feira portuguesa mais antiga de que se tem conhecimento. Parece ter perdurado por toda a primeira dinastia e mesmo depois, porque a vamos encontrar em diversas chancelarias reais.
De tudo isto se conclui que o nascimento de Ponte de Lima está intimamente ligado ao despontar de nacionalidade, e não é, por conseguinte, de admirar que no futuro os mais significativos momentos da história da pátria encontrem eco na vida ponte-limense.

Em 1359, é lançada a primeira pedra da futura “Praça Forte”, sendo rei D. Pedro.
A “cerca de muros”, que possuía a função de defesa/passagem, estaria concluída por volta de 1372, sendo rei D. Fernando, e era constituída por 9 torres ameadas e cortada por 6 portas, alcançando o propósito de projectar irreversivelmente os alicerces da bela Ponte de Lima de hoje.
A construção dos muros definiu o perímetro urbano da vila de Ponte de Lima, permitindo a ordenação urbanística do seu interior.

A ponte romana da qual subsiste um lanço na margem direita, construída no tempo do imperador Augusto, foi também reparada e refeita em parte, bem como fortificada com 2 altas torres.
Nos finais do século XVIII inicia-se o rompimento das muralhas, abrindo-se assim novas entradas para novos arredores.
Ao longo destes, vão surgindo novos solares e magníficas igrejas sob a influência da arte do barroco.

O derrube da maioria das torres da muralha verifica-se entre 1807 e 1857.
Em 1865 é inaugurada a iluminação pública.
Foram realizados aterros junto ao Largo Luís de Camões, o que conduziu ao soterramento de alguns dos Arcos da Ponte (abertura da Vila sobre o rio). Sendo neste largo que, em 1880, abre o primeiro café da Vila, o Café Central.
No início do século XX é inaugurada a Avenida dos Plátanos e instituída a Escola Secundária de Ponte de Lima (extinta em 1911 por falta de alunos).
Em 1931 é inaugurado o Mercado Municipal.
A Vila de Ponte de Lima é hoje a resultante de todas estas viravoltas, um museu vivo de recordações e testemunhos que merecem o respeito e são motivo de legítimo orgulho para toda a população.

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